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A decisão da China de proibir a exportação de tecnologia para o processamento de terras raras, sob a justificativa de segurança nacional, anunciada nesta quinta-feira, 21, está repercutindo globalmente e gerando oportunidades inesperadas para Poços de Caldas, que emerge como um potencial epicentro na exploração desses metais estratégicos.

A China, detentora de 90% da produção refinada global de terras raras, intensificou suas medidas de controle sobre a exportação de diversos metais, incluindo licenças para materiais de fabricação de chips. Essa restrição representa um desafio significativo para os Estados Unidos e a Europa, que buscam diversificar suas fontes de matérias-primas estratégicas.

Enquanto o Ocidente procura alternativas para reduzir sua dependência da China, o Brasil, em particular, desponta como um possível líder nesse cenário. O Ministério de Minas e Energias (MME) estima que o Brasil pode se tornar um dos cinco maiores produtores de terras raras do mundo nos próximos anos. Com uma reserva de 21 milhões de toneladas, o país detém a terceira maior reserva global, ficando atrás apenas da China e do Vietnã.

A proibição chinesa não é apenas uma adversidade; é uma oportunidade para regiões como Poços de Caldas, que se destacam na busca por novos investimentos na produção de terras raras. O Brasil, com sua vasta reserva, está posicionado para se tornar um player-chave nesse mercado, desafiando o monopólio chinês.

Segundo levantamento feito pela SulMinas TV, a proibição da exportação de tecnologia de produção de metais de terras raras e materiais de liga, bem como tecnologia para preparar alguns ímãs de terras raras, já é uma prática no segmento das tecnologias para produção de materiais estratégicos. As detentoras dessas tecnologias preferem vender seus produtos a compartilhar tecnologia. Isso também acontece com o urânio. Ainda hoje o Brasil, embora domine a tecnologia do enriquecimento de urânio, não consegue enriquecer o suficiente para a sua demanda das usinas de Angra. No caso das terras raras, é notório a busca de novos investimentos para produção desses produtos, e novas tecnologias que pretendem fugir do domínio chinês. A Meteoric Resources no planalto de Poços de Caldas, é um grande exemplo anunciado com tecnologia da Austrália, adaptada às características do nosso mineral. Essa ameaça chinesa nos remete a oportunidade. Poços de Caldas, com sua rica reserva e o apoio de tecnologias inovadoras, pode desempenhar um papel crucial no cenário global de produção desses metais estratégicos, contribuindo para a diversificação e segurança no abastecimento global.