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Parlamentares mineiros já decretaram que não querem rejeitos radioativos em seu território. O prefeito Ailton Goulart avisou ao presidente da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Carlos Freire, que não aceitará o “presente de grego”. Fica cada vez mais acirrado o impasse sobre o destino dos rejeitos radioativos. Eventuais ações de segurança em caso de situações de emergência levaram técnicos do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron) à Caldas.

Nesta terça-feira (21/09), a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Alemg) bateu o martelo: nada de mais rejeitos na cidade. Enquanto isso, a INB começa a elaborar um plano Ambiental por exigência do Ibama, visando descomissionar a unidade em Caldas.

Conhecidos como Torta II, chegam a 15 mil tambores os rejeitos existentes na unidade da INB, em Caldas; e outros, que podem ultrapassar uma tonelada, armazenados na Usina de Interlagos (USIN) da INB, em São Paulo, estão na iminência de serem transferidos para Caldas, também. As toneladas de Torta II são provenientes da paulista Usina de Santo Amaro (USAM), da Nuclemon, desativada em 1992.

Com barragens de águas e rejeitos que afetam também Poços de Caldas e cidades vizinhas, no passado recente ocorreram casos de contaminação de solo e água.

A situação vem se agravando com as informações a partir dos Ministérios Públicos de Pouso Alegre (MG) e de São Paulo, publicadas pelo blog em 27/8, sobre a intenção da INB de transferir mais rejeitos para Caldas, para esvaziar a USIN visando a venda do terreno.

SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA –

O presidente da INB, depois de receber o prefeito de Caldas, no Rio, prometeu visitar a instalação no dia 14, mas cancelou a visita. Esta semana, a INB começou a convidar moradores de Andradas, Caldas e Poços de Caldas, para participarem da “construção do Programa de Educação Ambiental (PEA) da Unidade em Descomissionamento de Caldas (UDC)”. Segundo a estatal, de 21 a 23 de setembro, estarão sendo realizadas oficinas que fazem parte da elaboração do Diagnóstico Socioambiental Participativo, que irá subsidiar o PEA.

O caso dos rejeitos está envolvendo o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), que integra o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron). Eles visitaram Caldas na última semana a fim informações sobre as etapas do processo de descomissionamento da instalação nuclear.

“Visam prever, planejar, aperfeiçoar e atuar com eventuais ações de segurança em situações de emergência”, segundo a INB. “Pegamos alguns subsídios da equipe técnica da UDC para que numa situação de emergência, seja na área radiológica ou de segurança física, a gente possa contribuir para tentar mitigar ou prevenir qualquer dano à instalação”, disseram. (Tânia Malheiros – jornalista).