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É muito provável que todas as mulheres já tenham vivido, em algum momento de suas vidas, a sensação revoltante e desconfortável de ser desmerecida apenas pelo gênero. Questionam nossa capacidade, subjugam nossas habilidades e desmerecem nossa presença nos espaços que tanto lutamos para conquistar. Na política não é diferente.

A história das mulheres com a política no Brasil ainda é jovem e enfrentou duros episódios. Da negação do direito ao voto à necessidade de autorização do marido para exercer sua cidadania, foi – e ainda é – necessário lutar incessantemente para que cada vez mais mulheres ocupem seus espaços em cargos políticos.

E isso não é tarefa fácil. Mas, se por vezes, a ética, a seriedade e a dedicação de uma mulher em um cargo político passam batido pelos que insistem em desqualificar anos de trabalho por questões de gênero, por outro lado há esperança na contramão dessa via.

Em agosto de 2021, uma lei surge para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher. O artigo 3º da Lei 14.192 considera como violência toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, impor obstáculos ou restringir os direitos políticos da mulher.

É importante destacar o parágrafo único que caracteriza como ato de violência qualquer distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento, gozo ou exercício de seus direitos e de suas liberdades políticas fundamentais, em virtude do sexo.

Sabemos que a luta por respeito está muito longe de terminar, mas é preciso encontrar combustível para perseverar nesse caminho que passa, primeiramente, pelo aumento do número de mulheres ocupando seus espaços.

E já estamos no caminho certo. Dados de 2020 divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos mostram um aumento do número de vereadoras eleitas de 19,2%.

Na última eleição, 16,1% dos candidatos escolhidos pelo eleitorado foram mulheres. Em 2016, o índice era de 13,5 %.Com cada vez mais mulheres na política será possível ouvir em uníssono nosso clamor por respeito, que com certeza se sobre sairá à voz dos que tentam nos calar.

REGINA CIOFFI