O homem mais rico da Argentina, Marcos Galperín, dono do Mercado Livre, concedeu entrevista à imprensa brasileira.
O faturamento bilionário de seu empreendimento, bastante conhecido em terras tupiniquins e líder nesse segmento, na América Latina (se estivesse no Brasil, só seria menor que a Petrobras), justificaria a atenção dada às suas considerações. Especialmente, porque o homem foge do padrão politicamente discreto, comumente adotado pelos bilionários internacionais.
Judeu argentino, tendo se formado numa prestigiosa Universidade nos EUA, Galperín ama Israel e apoia incondicionalmente o massacre conduzido na Faixa de Gaza.
Não porque se diverte com massacres, mas motivado por seu apoio a Israel. Há controvérsias.
Uma coisa não precisa levar, necessariamente, à outra. Tampouco, não haveria uma relação direta entre apoio político e cumplicidade com evidentes barbaridades. Eis o busílis.
O que mais se tem nessa guerra de Gaza, no âmbito internacional, seriam posições dúbias. O que leva ao povo palestino inocente ainda mais sofrimento.
Compadecer-se das vítimas palestinas não significa apoiar as brutais ações do Hamas. Compadecer-se das vítimas israelenses, brutalizaras pelo Hamas, não significa apoiar o massacre conduzido pelo governo Netanyahu. Ocorre que as fronteiras desse, ou de qualquer imbróglio, são sempre complicadas.
O que vem ocorrendo, nessa seara, nas mais importantes universidades norte-americanas, seria exemplo disso. Setecentos estudantes já foram presos, acusados de anti semitismo. A reitora da Universidade de Harvard demitiu-se sob críticas. E seguem os protestos.
Há décadas não se via algo parecido.
Thomas Hobbes asseverou, no “Leviatã”, que a atividade política é feita de “paixões e interesses”. Difícil discordar. Mas onde ficariam os fatos?
(Marco A. Adere Teixeira – historiador, Advogado e Cientista Político)