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A mais recente pesquisa do IPEC indica que o brasileiro, hoje, se identifica majoritariamente com a direita.

Cerca de 45% da população estaria dentro desse espectro ideológico, sendo que algo em torno da metade desse número seria de extrema direita. Ou “muito convictos”, segundo os termos da pesquisa.

A esquerda, por outro lado, somaria 21% do eleitorado, sendo 11% de extrema esquerda.

O centro, cuja característica seria um posicionamento menos ideológico e mais racional, seria ocupado por outros 20% da população, tecnicamente empatado com a esquerda.

Haveria um certo percentual de indefinidos. Mas relativamente pequeno.

Disso tudo, tem-se um dado curioso: com pouco mais de 30% se posicionando nas extremidades dos espectros ideológicos, cerca de 60% dos brasileiros tenderiam ao centro político. Entretanto, essa tendência não se realiza, na prática eleitoral ou comportamental. Por que?

Seria possível especular várias razões. Mas, talvez, a melhor forma de se responder, a essa questão, seria com outra pergunta: quais seriam as teses e  os princípios que poderiam agregar o centro político? E quais seriam suas lideranças?

Talvez tenhamos assim uma resposta: os centristas não possuem valores ou caminhos claramente estabelecidos, nem guias para apontar sentidos ou direções, a serem politicamente trilhadas.

Projetando uma imagem bíblica, do Velho Testamento, o centro político estaria como os judeus, que se perderam no deserto, quando fugiram do Egito. Com pouca fé, sem alternativas. E ainda pior: sem Moisés, ou nada equivalente, para guiar o caminho.

Ou, se preferirem  um adágio popular, “tal qual cegos, no meio de um tiroteio”. No caso, um tiroteio entre esquerda e direita. Puro stress. É de sentar e chorar.

(Marco A. Adere Teixeira – historiador, Advogado e Cientista Político)