Conforme anunciado nesta coluna, há meses, a Stellantis confirmou o lançamento de seu novo motor, movido exclusivamente a etanol.
Esse propulsor tem sido desenvolvido há mais de dez anos, em Betim, MG, trazendo muita tecnologia embarcada. Permitindo que o rendimento do etanol seja semelhante ao do combustível fóssil (gasolina, no caso), a um custo menor e com emissões de poluentes muito reduzidas.
Na modalidade híbrida, a economia seria substancialmente aumentada, sendo as emissões ainda menores, rivalizando com o motor elétrico – com algumas vantagens. Basicamente, menor custo de produção e preservação das linhas de montagem, bem como da produção de autopeças, usadas tradicionalmente nos automóveis com motores à combustão.
Parece um jogo de ganha-ganha.
Isso coloca o Brasil em condições únicas: além de ter desenvolvido a tecnologia, é capaz de produzir muito etanol.
Essa notícia vem na esteira de outra: os investimentos de mais de 100 bilhões de reais, que as montadoras farão no Brasil, nos próximos anos. Stellantis à frente.
Outros dois importantes mercados automotivos podem adotar o mesmo modelo: EUA (maior produtor e consumidor, mundial, de etanol) e Índia, grande produtor e expandindo sua capacidade.
Carro elétrico seria dominante somente na China e na Europa, para desespero dos chineses, que se colocam na liderança absoluta, nessa modalidade.
A Tesla, de Elon Musk, com isso desce ladeira ainda mais. Foi superada, em produção, pela chinesa BYD e, em autonomia, pela alemã BMW. Está perdendo no preço e na tecnologia.
Musk deveria focar nos seus negócios, ao invés de se postar como bedel da extrema direita.
Enquanto Musk ladra, contra a soberania nacional, o Brasil segue em frente, ganhando no jogo em que Musk era campeão.
E ganha “mineiramente”, pelo visto. Sem alarde e longe das histerias ideológicas. É nóis.
(Marco A. Adere Teixeira – historiador, Advogado e Cientista Político)