Brazão fica na prisão e Moro continua no Senado. Essas duas decisões ainda vão dar o que falar.
Começando por Moro, sua jornada apenas começou. Seu “calvário” ainda prevê algumas “estações”: o CNJ, o TSE e, possivelmente, o STF.
Nessa “via sacra”, até o alto do “Gólgota”, as “chicotadas” e os opróbrios públicos o acompanharão.
Provavelmente, não haverá nada parecido com Simão Cireneu, ou Verônica, nesse processo.
O diferencial seria que, no monte da “crucificação”, Moro não será ladeado por dois “malandros”: mas julgado por diversos deles…
Sem essa de “bom” ou “mal malandro”: a malandragem, como a conhecemos, seria amoral.
E quando lhe espetarem a lança, talvez o soldado romano se chame Gilmar…
Já Brazão, na prisão, faz baixar a poeira, mostrando a verdadeira face da conspiração que vitimou Marielle e seu motorista.
Não se tratou de homofobia, racismo ou preconceito de classe. Nem, tampouco, restrições ideológicas, religiosas ou identitárias. Marielle foi executada por uma das máfias do Rio, a de Jacarepaguá, porque se tornou uma ameaça aos interesses dos criminosos. E ponto final.
A histeria, baseada em suposições delirantes, que ganhou dimensão internacional, não se confirmou. Marielle teria se tornado um alvo em razão do que fez, não do que era. Seria igualmente perseguida, fosse da realeza britânica, filha do Musk ou estrela de Hollywood.
O que sugere a próxima questão: o Rio de Janeiro teria salvação?
Há que se cogitar que o Rio se apresenta como nosso “Oriente Médio”: meio sem esperança. Nem se Jesus passar por lá. O santo homem teria estado na Palestina. Mas as coisas, desde então, parecem ter só piorado por lá.
Talvez seja o caso de pensarmos numa reencarnação do Chacrinha: não vai resolver, mas vai colorir. E ainda haveria o “bônus” das chacretes.
Finalmente, se condenados, haverá ressureição para Moro e Brazão? Quem sabe? Churchill disse que “político é o único animal que ressuscita”. Vide o Brasil. “Roda…!”
(Marco A. Adere Teixeira – historiador, Advogado e Cientista Político)