Portal de Notícias e Web Rádio 

Em 5 de abril se encerrou o prazo para a “janela partidária”. O que permite a filiação a tempo, para disputar as eleições municipais deste ano. Além de evitar sanções partidárias, em razão da mudança de legenda. Entretanto, haveria algumas novidades no ar.

Há alguns dias, a dança dos partidos se acelerou.

Uma alteração emblemática, na mais “nacionalizada” disputa municipal deste ano, lembrou um procedimento digno da política mineira, de tempos idos.

Datena, muito bem colocado nas pesquisas de intenção de voto, em São Paulo, saiu do PSB, partido de Tabata Amaral, filiou-se ao PSDB, antigo partido do vice-presidente Alkimin (hoje no PSB).

Datena rasgou elogios a Tabata, jurou “amor eterno”, cogitando ser seu vice, numa possível chapa PSB/PSDB. Nesse momento, quase certa.

Tabata, pré-candidata do PSB à prefeitura de S. Paulo, por sua vez, disse que “os melhores quadros da administração pública estão ligados ao PSDB”. Parece amor verdadeiro. Alkimin, aos conformes, nada disse. Mas deve ter pensado: “chupa, Boulos”.

Boulos, de extrema-esquerda, apoiado por Lula e pelo PT, tendo Martha Suplicy como vice (a “professora de sexo”, segundo Maluf) seria o mais prejudicado com a candidatura Tabata. Que com Datena de vice, transitaria da centro-direita à centro-esquerda. 

Aqui nas Gerais, o que temos seria Mauro Tramonte, filho de Poços de Caldas, muito bem posicionado nas pesquisas em BH, pré-candidato a prefeito. Sua candidatura voltou a ser cogitada.

Na Capital dos mineiros, nos bastidores, articulam uma aliança entre PSB e PSDB, a exemplo de São Paulo. Não seria a primeira vez. Inclusive, com bons resultados.

Vale lembrar que o PSB já elegeu dois prefeitos em BH: Célio de Castro e Márcio Lacerda. Ambos mandaram bem.

O atual candidato do PSB, Paulo Brant, engenheiro, economista, executivo de grandes empresas, ex vice-governador de Minas Gerais, se apresenta, provavelmente, como o candidato mais qualificado, politicamente. Exala simpatia.

Seria também abençoado artisticamente: no lançamento de sua pré-candidatura, a classe artística mineira compareceu em peso.

Tal como faria o saudoso Fernando Brant, irmão do candidato, parceiro de Milton Nascimento em algumas das mais memoráveis canções do “Clube da Esquina”. 

Pode dar samba. Ou, até mesmo, um “show” de votos. Veremos.

(Marco A. Adere Teixeira – historiador, Advogado e Cientista Político)