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Antonio Donizette Albino

Secretário Municipal de Serviços Públicos

 

O secretário de Serviços Públicos é o entrevistado desta segunda feira pela jornalista Neusa Reis e fala, entre outros temas, sobre as atividades de sua pasta, dificuldades, falta de efetivo, coleta seletiva e lixão. 

Blog – Você assumiu uma pasta com diversas atividades, qual delas gera mais problemas?

Donizette – A Secretaria de Serviços Públicos é grande, com 530 funcionários aproximadamente, com 11 departamentos, mas dois deles são mais difíceis: cemitério e funerária e o Código de Posturas que é a fiscalização. São dois setores bem complicados.

Blog – Por que são complicados?

Donizette– O Código de Posturas, que é a fiscalização, tem muitas coisas: é a parte de calçadas, terreno sujo, fiscalização de som em porta de loja, ambulante, problema de outdoors, toldos, enfim, envolvem muitos itens. Quando você notifica ou multa sempre dá problema. A pessoa pode estar totalmente errada, mas não aceita. É um setor com muitas reclamações. Se um vizinho briga com o outro você tem que ir lá separar, se o cachorro do vizinho late muito eles vão lá denunciar e tem muito boletim de ocorrência de bares e restaurantes de som que o vizinho reclama. É uma área bem complicada, difícil, mas conseguimos lidar com jogo de cintura. Trabalho não é problema, o problema é que as pessoas acabam criando situações e temos que resolver. Já não bastam os problemas do dia a dia da cidade, você tem que ficar correndo atrás de particularidades.

Blog – A funerária é problema?

Donizette – Na época da pandemia o número de mortes era grande e tínhamos muito trabalho, buscar pessoas fora daqui em locais distantes ealguns achavam que era de graça, que o município tinha que fazer gratuitamente, mesmo tendo condições financeiras, mas não podemos fazer isso porque a prefeitura não suporta. Só se a pessoa realmente não tiver condições de pagar. Temos um valor diferenciado. Se você fizer um funeral na cidade pode gastar mil reais com caixão, abertura de túmulo, sepultamento, enquanto que fora daqui, em Pouso Alegre, por exemplo, o valor é o dobro.

Blog – E quanto ao cemitério?

Donizette – É muito antigo. Temos túmulos abandonados e o túmulo é uma concessão do município para a família. Às vezes, já faleceram todos os familiares, mudaram da cidade, há 20 anos que não cuidam do local e os túmulos vão desmanchando. A população reclama disso, de sujeira, destruição, mas o túmulo não é do município, é da família.

Blog – Não tem como notificar a família?

Donizette – Este é o grande problema. As vezes não encontramos mais ninguém.  Estamos fazendo um novo recadastramento e se as famílias não comparecer vamos retornar a concessão.

Blog – Quanto a ossada?

Donizette – Nós temos um local de ossário identificando os ossos dentro de uma caixa, devidamente lacrada, para que se algum dia alguém da família aparecer esteja guardado.

Blog – Algum projeto para o futuro?

Donizette -O cemitério é grande, antigo, precisa de reformas das calçadas, das vias e de arborização. Temos um projeto para o ano que vem de uma reforma total dele na parte de arborização, de hidráulica, elétrica, de calçadas e recadastramento.

Blog – Existe uma preocupação com a queda de árvores neste período chuvoso?

Donizette – Em Poços de Caldas temos um número de árvores muito grande e há muitas impróprias para as calçadas, porque há 40 anos não se pensava em uma árvore adequada e plantava-se qualquer uma. Hoje isso é completamente diferente. Não se planta árvores grandes, que criam fortes raízes e destroem as calçadas. Temos exemplo na João Pinheiro, aquelas árvores são impróprias para o local e teríamos que tirar todas, mas não podemos, mesmo havendo a substituição, mesmo tirando 30 e plantando 300 as pessoas não vão entender. São árvores que trazem risco para a população, podem cair, têm aquelas enormes raízes, mas não estão totalmente cobertas pela terra.