As declarações do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ironizando Lula e desqualificando o sistema eleitoral brasileiro, servem de lição.
Maduro ameaçou com um “banho de sangue”, caso perdesse as eleições. Lula, sempre tão falante, ficou dias calado. Para, de repente, declarar-se “assustado”. Tanto quanto Bambi ficou, diante do incêndio na floresta. Maduro recomendou-lhe tomar “chá de camomila”. Tosco.
Na sequência, tomado por veleidades bolsonaristas, atacou as urnas eletrônicas brasileiras. Como diria Caetano, “algo incompreensível”.
A primeira lição seria de pura ironia: as críticas de Maduro o colocam perfilhado do mesmo lado de Bolsonaro, e bolsonaristas, que criticam as urnas eletrônicas.
Para ficarem amiguinhos de vez, faltaria atacar as vacinas, proclamar a planura da terra e tomar cloroquina. No que se refere à golpes e ditaduras, já estão de acordo. Nesse ritmo, Maduro será convidado a participar do novo encontro da extrema direita, juntamente com Milei.
Nesse futuro episódio, Maduro poderá explicar a história do passarinho, que lhe passa instruções de Hugo Chavez, vindas do além. Ato contínuo, poderia oferecer aos participantes, desse encontro, a mesma “maconha” que fuma, antes de ver e ouvir o passarinho.
Deve ser muito boa. Até o pessoal do STF quer conhecer. Mas, obviamente, respeitando os limites da descriminalização. Charuto cubano e maconha venezuelana: a contribuição alucinante da extrema esquerda à extrema direita…
Se Carlos Castaneda estivesse na ativa, poderia publicar novo livro: “A erva do negacionismo delirante”. Ou coisa que o valha.
Agora, só falta Lula tomar uma cacetada do Putin. Outro “amiguinho” voluntarioso do Lula.
Só há um problema: Putin costuma oferecer chá de bário, um veneno radioativo. Ao invés de acalmar, esse chá faz o sujeito brilhar no escuro. Até apagar de vez. Não tem a menor graça.
Marco Antônio Andere Teixeira – Historiador, Advogado e Cientista Político.